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Como o marketing sensorial pode potencializar suas vendas

Em meio a mercados tão competitivos, toda ferramenta é válida. Ainda mais se tratando de algo que realmente funciona, como o marketing sensorial. Esta pode ser uma excelente solução para aumentar vendas, fortalecer a conexão da marca com o público e ajudar a identidade da empresa a se fixar na mente das pessoas. Atualmente, já se sabe que a comunicação pode ter diferentes dimensões e direções e que os consumidores podem responder inconscientemente a muitas das percepções que marcas e produtos podem trazer a eles. 

Pensando nisso, nesse artigo vamos te explicar mais sobre como você pode usar o marketing sensorial para melhorar seus resultados.

Sumário

O que é Marketing Sensorial?

O Marketing Sensorial é o modelo de marketing que estimula os 5 sentidos do corpo humano, aumentando a conexão do cliente com o produto e com a marca. Afinal, é por meio do nosso sistema sensorial que percebemos o mundo. Com ele, a experiência do consumidor se torna muito mais completa e, até mesmo, complexa, no sentido mais positivo da palavra.

Este é o “marketing que envolve os sentidos dos consumidores e afeta sua percepção, julgamento e comportamento. Do ponto de vista gerencial, o marketing sensorial pode ser usado para criar gatilhos subconscientes que caracterizam as percepções do consumidor de noções abstratas do produto (por exemplo, sua sofisticação ou qualidade). Dada a gama de apelos de marketing explícitos feitos aos consumidores todos os dias, os gatilhos subconscientes que apelam aos sentidos básicos podem ser uma maneira mais eficiente de envolver os consumidores” ¹

O conceito está bastante interligado com a chamada “cognição incorporada” – ideia de que, sem a nossa percepção consciente, nossas sensações corporais ajudam a determinar as decisões que tomamos. Sendo assim, os comandos emitidos pelos 5 sentidos para o nosso cérebro ajudam a determinar o que vamos ou não consumir, mesmo que isso não seja percebido pela pessoa.

Como usar o Marketing Sensorial?

Os cinco sentidos podem ser estimulados de forma conjunta ou separada. Vale ressaltar que, nem sempre, o sentido que parece ser o mais relacionado a sua marca é o ideal.

Vamos por partes, ou melhor, por órgãos (e seus sentidos):

Olfato – Quem nunca recebeu uma encomenda perfumada que o fez lembrar do ambiente da loja em que comprou o produto?
Um experimento conduzido por Krishna, May O. Lwin e Maureen Morrin, mostrou que adicionar o cheiro de óleo de melaleuca a um lápis aumentou consideravelmente a capacidade dos participantes da pesquisa de lembrar a marca dele e outros detalhes. Enquanto aqueles que receberam lápis sem perfume experimentaram um declínio de 73% das informações que podiam lembrar duas semanas depois, os indivíduos que receberam lápis com aroma tiveram um declínio de apenas 8%².
Além disso, estudos indicam que o ser humano é capaz de recordar cheiros com até 65% de precisão após um ano³.
Exemplo prático – A marca de calçados Melissa é reconhecida até de olhos fechados por consumidores e, inclusive, por quem não consome a marca. Seus produtos têm um odor único e característico. O cheirinho virou até brinde em 2017, em comemoração ao Dia do Cliente, ocasião em que os clientes levavam para casa um spray de ambiente com o aroma.
Outro exemplo é o da companhia aérea Singapore Airlines, que tem um perfume único para comissários de bordo e itens usados durante os serviços, como as toalhas. Um aroma que só quem voar com eles sentirá.

Audição – Tem músicas que te fazem lembrar de momentos de sua vida? As experiências podem ser marcadas por músicas ou sons e no marketing sensorial isso é usado de maneira positiva.
Exemplo prático – O que faz com que pensemos que um carro é potente? O som do motor, certo? Pensando nisso, a BMW lançou o Active Sound Design em 2011. Um módulo eletrônico que identifica as acelerações, rotações e até o torque do motor em tempo real e reproduz um ronco por meio dos alto-falantes do sistema de som interno, fazendo com que quem está no interior do carro sinta a potência do veículo.
Mas a estratégia pode ser até mais simples que isso. Basta pensar em quais sons você terá em seu ambiente que façam com que o consumidor se sinta à vontade e recorde de sua marca. Ou mesmo como marcas utilizam algum som curto e específico na conclusão de compras ou transações online.

Visão – Neste sentido é explorado a força da identidade visual, ou seja, as cores, o logo e tudo que remete à imagem de uma marca. Além disso, esse sentido também pode ser usado na hora de expor produtos. Até mesmo a luz utilizada para mostrar um produto pode interferir na escolha dos consumidores.
Exemplo prático – A Apple possui lojas claras, minimalistas e limpas, o que passa a sensação de uma empresa de tecnologia moderna e elegante, assim como suas embalagens e produtos.

Tato – Talvez esse é o sentido que levamos mais ao pé da letra, pois quando queremos que alguém toque algo muitas vezes falamos “sinta”. Sua importância no marketing também não fica de fora.
Exemplo prático – A utilização de um papel distinto dos comuns ao embrulhar uma roupa pode ser um grande ponto a favor de uma marca. A qualidade deste material faz muita diferença na hora de tocar o produto e desembrulha-lo. O teste-drive disponibilizado por marcas de automóveis também podem ser considerados um marketing sensorial, uma vez que é permitido experimentar/usar o produto antes de comprá-lo.

Paladar – Já comeu algum prato específico que te fez recordar de um ente querido, como aquela avó que sabe prepará-lo como ninguém? Essa recordação ligada ao paladar pode ser utilizada também no marketing.
Exemplo prático – Lojas de luxo que oferecem champagne para clientes. Isso faz com eles sintam que estão comemorando aquela compra, ou seja, torna o momento especial. Ou mesmo o café que é servido enquanto você aguarda um serviço específico, que faz com que o ato da espera passe mais rápido e o sabor do café o reconforte.

O sentido mais confiável

Você sabia que o tato é o sentido que nos mantém vivos, em pé e em movimento? Recentemente, discussões feitas pelas redes sociais despertaram a atenção de cientistas ao levantar pontos que mostram que a sensação somática é extremamente importante, até mais que a visão, que também se deu bem no debate.
Você já comeu algo após uma anestesia bucal? Pois bem, esse é um exemplo de que a sensação somática afeta até mesmo o paladar. Para andar também, sem outros sentidos, como a visão, isso é mais difícil, mas menos do que quando não se sabe se uma parte do corpo realmente está se movendo, como por exemplo, o pé.
Mais um último exemplo de como esse sentido age: você já sentiu enjoo ao viajar de carro? Isso se dá pelo fato de você estar vendo que há movimento, mas seu corpo percebe que você está parado, já que o que está se movendo é o automóvel. Esse conflito gera tontura, náusea e desequilíbrio.⁴

Por que usar o marketing sensorial?

Como bem resumiu Aradhna Krishna em entrevista para a Harvard Business News², no passado, as comunicações com os clientes eram essencialmente monólogos – as empresas apenas falavam com os consumidores. Depois, evoluíram para diálogos, com os clientes fornecendo feedback. Agora estão se tornando conversas multidimensionais, com produtos encontrando suas próprias vozes e consumidores respondendo visceralmente e subconscientemente a eles.

Nesse jogo do produto/serviço ser o protagonista, o marketing sensorial vem como forte aliado, pois ele é sutil, por isso, é bem aceito e se torna uma ferramenta poderosa na hora de conquistar um consumidor, diferente de promoções e anúncios. Sendo assim, ele se torna fundamental para garantir que seu cliente tenha a melhor, mais completa e impactante experiência de compra.

Além da sutileza que faz com que o consumidor sinta vontade em adquirir o produto, dentre os benefícios do marketing sensorial está a genuinidade das ações, que vão além do que estamos acostumados a ver no mercado (por enquanto); o fortalecimento do vínculo emocional com quem consome; e o encantamento, que tem como consequência a fidelização do cliente.

Portanto, não deixe de investir no marketing sensorial, busque quais são seus potenciais e aguce os sentidos de seu público.

Referências

  1. Krishna A: An integrative review of sensory marketing: engaging the senses to affect perception, judgment and behavior. J Consum Psychol 2012 – disponível em https://myscp.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1016/j.jcps.2011.08.003
  2. https://hbr.org/2015/03/the-science-of-sensory-marketing
  3. https://blog.hubspot.com/marketing/sensory-branding
  4. What is the best sense? Scientists are still battling it out – disponível em https://theconversation.com/what-is-the-best-sense-scientists-are-still-battling-it-out-113598